domingo, 25 de setembro de 2011

Sobre a foto da Borboleta

Uma pintura, 
Um símbolo, 
algumas linhas, 
algumas cores, 
uma parte de seu corpo, 
de sua pele, 
uma lembrança, 
uma sensação, 
uma história, ou quem sabe algumas delas. 
Liberdade... 

Ao olhar, apenas mais uma... Mas ao sentir as curvas, o toque, o sabor 
o perfume, a música... sim, a música! 
A inaudível música dos meus dedos deslizando sobre a superfície do que 
eu via e sabia que era perfeito: inigualável, incomparável, inconfundível... 
Minha imaginação, minhas lembranças, meus sentidos, tudo me ... quando 
tento reviver aqueles momentos... 
Não esqueço, porém não lembro, nada ajuda a lembrar, pois, nada se compara a eles... 

Queria ver mais uma vez, somente uma, era tudo! 
Ou mesmo uma parte de tudo que eu queria, mas ver já ser o suficiente. 
Pelo menos por agora... 
Sabe aquelas vezes em que você tenta a todo custo saber se o que lembra é real? 
Assim eu me sentia. 

Mas hoje confirmei que, pelo menos a visão não me traía. 
Confirmei que a loucura ao deixar-me, não maculou as lembranças que tenho. 

Não lamento um só dia que passei a admirá-la, Borboleta. 

E torço ainda, como torcia todas as vezes que te contemplava em silêncio. 
Que vôe! E que neste momento, como em todos os que foram permitidos 
à minha pessoa, que eu esteja lá para contemplar o teu vôo. 

Vôe e seja o símbolo eterno daquela que te carrega em seu corpo, 
seja a palavra pintada que define sua portadora, a pessoa que ao 
mesmo tempo é Liberdade, e que define a palavra assim como a 
palavra a define. 

Penso hoje que talvez, isso que tenha faltado! 
Talvez, ao te contemplar e só desejar em pensamento não tenha 
sido o suficiente para que o encantamento se realizasse. 
Então, agora que sua dona me permita que admire você novamente, 
talvez agora, eu complete meu feitiço cigano. 

Então, talvez agora que os componentes do meu feitiço estão desvendados, 
quem sabe ele se realize? - Voe Borboleta. 
Seja livre, se torne Stella mais uma vez... 
Se torne pintura, palavra, pele, lembrança, sensação, história, liberdade... Ser torne Stella!
Bem de manhã, e o dia branco e uma dor de cabeça que vem de longe.
Choro de manha, propagandas. Sim, estou nervosa.
Minha vida está tão sem graça ultimamente.

De quê posso começar a falar se nem inspiração consigo ter?
Por que?
Sombrancelhas espremidas e alguém finge não estar recebendo minhas mensagens.
Tudo bem, ninguém disse que ser adulto é bom, não tem vantagem alguma.