segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Sarcasmo, Ironia e Sadismo


Esperei um ano inteiro se passar para reencontrar a tão temida PAZ!
Esse ano foi demais.
Nem quero pensar em confrontar-me novamente!
Deixo que o TEMPO corra belo e livremente...
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Acendi a lareira da razão,
Tropecei em pessoas, isolei-me em solidão...
Arrisquei minha vida em aventuras,
E ao fim, sorrio, e conto minhas loucuras.

Fui infeliz. Caí e derrubei,
Flores colhi, e após tudo passar, o jardim incendiei...
Não restaram cinzas, nem houve fumaça,
As respostas foram precisas, a perguntas sempre escassas.
Se deixei alguém para trás? Claro, e jamais...
Se me entendes por hora, saberás que inda mora
Um tipo de saudade dentro da caixinha de músicas...
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"Pensatriz" - disseram-me,e preferi calar-me.
Até indefensibilidade usei! Para que não me engolissem,
Fui de mantras à Rock, e foi de fato, meu maior choque!
Enfim... Cresci 6 anos no decorrer destes 365 dias e muitas horas...
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Para muitos fui "Deusa", para outros a "Diva-Satã".
Não fui de muitos amigos, escolhi o início de onde me acabaria...
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-Foi-se então...
-Faremos diferente, né?
(Só um instante, enquanto converso comigo primeiro...)
...
..
.
-Entendeu?
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As falas foram importantíssimas!
A distância, maior e melhor possível!
O cumprimento de promessas, pífio como sempre!
Revelações e Balbucias, aconteceram raramente...
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Agradeço a quem leu...
E que não leu, AZAR!
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Mudei de LUA, para SOL...
O que farei a partir desse verão, pacientemente.... NÃO SEI!

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Se tudo correr bem, não postarei mais... (RISOS)

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Boa Evolução à todos!!!!!

domingo, 4 de novembro de 2007

Aquecimento Global? Que nada, quero o celular com GPS...











A verdade é que ninguém abriu os olhos como EU, ou não...


Olham em volta e querem comprar, viajar, curtir a vida, querem sexo, comidas diferentes e gordurosas... todos querem drogas, querem matar, suicidam-se colectivamente...


Querem ver o pôr-do-sol? De qual janela? Da mansão, da prisão ou na praia?


Dizem para mim que não sei viver, que não vejo beleza em nada, que sou ingrata...


E por acaso já pensaram em pararem de me julgar e recolherem esses comentários insignificantes para si mesmos?


Pobres são vocês! -De ALMA


Ignorantes, gananciosos, mentirosos, covardes, malditos, insuportáveis, inconvenientes, invejosos, sujos, ruins...


Perdi o gosto de ver esse mundo se dar bem...




O nosso Sol está mais quente; nossas águas mais sujas e escassas; nossos corpos não se aguentam; envenenam nosso leite e mente; nossos animais estão sendo, a cada dia mais, extintos; nossas casas não têm segurança; nossas vidas não têm sentido e/ou valor...




Humanidade?


Quando foi a última vez que sentiu isso? Quando a 2ª Guerra Mundial "acabou", ou no segundo depois que a bomba em Hiroxima explodiu?


Como é ter Amigos hoje em dia? Me diga se tens um homem, ou mulher, em que você possa confiar à vida...


Me explique porque o sarcasmo, a ironia, o sadismo, a corrupção, e muitas outras palavras correlacionadas à sentimentos, ou não, foram inventadas para calar a Verdade...




Cadê a Paz de Jesus, Deus, Maomé, Buda, Ganghi, e outros Santos?




O MUNDO ESTÁ SENDO MORTO! E eu só posso assistir... infelizmente...




O gelo está derretendo; e as Casas Bahia está em liquidação essa semana...


Os furacões estão constantes no Sul da República Federativa Brasil;e a OI tem as melhores tarifas de telefonia móvel...


O Irã está sendo provocado pelo governo dos Estados (des)Unidos da América; e a TV DIGITAL logo estará na casa dos brasileiros...


Os mares estão cada vez mais agitados pela aceleração do Aquecimento Global; e a GLOBO é a melhor emissora de telenovelas do nosso país...


No Vale do Jequitinhonha( região do estado de Minas Gerais) não chove desde fevereiro; e a coleção de biquínis, óculos e bolsas para o próximo verão, está de arrasar...


Quando chove no Rio de Janeiro, os bueiros transbordam, pois estão entupidos com tanto lixo; mas as Spice Girls venderam todos os ingressos de sua apresentação única, com apenas 38 minutos...


O Renam Calheiros roubou ou não o dinheiro? ( Quem é esse cara?)


O governo rouba nosso dinheiro enquanto deputados PAGAM PEÕES PARA CORTAREM ÁRVORES NA NOSSA FLORESTA AMAZÔNICA!




Vamos esquecer desses "problemas"... Afinal, não podemos fazer nada mesmo....


Você teria coragem de tentar resolver alguma dessas situações citadas? -mas hoje faz chuva, não vou molhar meus cabelos por causa da "chapinha"-
Nossas crianças estão se tornando monstros...



Mundo meu... Meu Sono...
Ah.... quão bom é estar em meu quarto bagunçado!
Que meus pensamentos desliguem-se...
Só faltam me enterrar....




.


sexta-feira, 26 de outubro de 2007

"Con-versando" com o AMOR...


Eu nem ligo que tu venhas sangrando, mas que estejas em mim...
Não me preocupo se queres que fico contigo, pois lá estarei, mesmo sem tua permissão...
Faço descaso do seu cansaço em sentir-me, porque sinto meu corpo sem você...
Estou "nem aí" para as suas histórias passadas... Afinal, sei que a sortuda eterna, sou EU!
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Acha que me impressiono quando brigas comigo?
Não... quero você aqui, e já te perdoo de antemão...
Acredita em meu desassossego ao deitar a teu lado?
(risos)...
Sei que não, você sempre me embala o sono, quando cabe em mim...
Receio em perder-te, pois, já perdi-me de vez no" Mar de Ti"...
Só aprecio o barulho de suas ondas e a calmaria de seus belos sorrisos...
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Sou mimada por querer-te... Por reencontrar-te... Por excitar-me com sua majestosa presença...
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Não fica brincando assim comigo, tá?
Você aparece, e vai embora sem que eu perceba... mas sempre que dista, deixa um vazio grotesco...
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Sem você eu não existo...
Não tenho PAZ.
Não posso sorrir.
Não vejo beleza em nada.
Não paro de chorar.
Sofro tanto, que me invento uma viúva única no mundo...
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Quero ver-te sempre...
Quero respirar-te demais...
Quero olhar-te, e encantar-me por conceber-te mais uma vez...
Quero continuar a criar-te...
Quero decorar-te a cada dia...
Quero esquecer de suas manias...
Quero esquecer do mundo real...
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Oh meu Amor...
Por que me abandonaste de uns tempo para cá?
Por que escolhestes outros corações moribundos para vagar?
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Não precisa se explicar...
Te entendo...
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Lembra a última vez em que me curaste?
Nunca fui tão Mulher em minha vida...
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Fique aqui...
Não adormeça...
Me revele seus segredos...
Me enleve em teu âmago...
Me transe...
Me beije...
Me aqueça...
Me aborreça...
Me enlouqueça de vez!
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Mas fique comigo...
Não vivo sem você!

AMOR, VOCÊ É TUDO O QUE A VIDA ME DEU...
AGRADEÇO-TE POR VOLTAR...
MEU PAR, MEU AR...
AMOR...
MEU PURO ESTADO DE INCONSCIÊNCIA...
POR TI CRESÇO MAIS...
................................

AMOR, Obrigada por me fazer FELIZ!

(by Stella Schiavo)

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Gargalo das Águas


O peito se afoga no seio dos braços que não pertencem mais a você...
A dúvida desmanda no ego mínimo da conciência, mas tudo está em seu lugar....
E mesmo que a falta retrate uma espécie de fraqueza, não voltarei atrás....
Onde morou o medo mesmo?
Por aqui passou uma nuvem boa...
E mergulhei no cerne dela.....
Agora, o passado não é mais....
Só EU existo!


(By Stella Schiavo)

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Amantes à procura do ESPAÇO






SAUDADES...




---LUZ---



(Engenheiros do Hawaii)




Onde estão teus olhos
Agora que to bem na foto
Agora que achei o foco


Onde estão teus olhos
Agora que domei a fera
Agora que a dor já era


Onde estão teus olhos
Sem eles não existo
Fico cego invisível
Queimo o filme rasgo a foto
Só enxergo o silêncio


Juntos para sempre
Objeto e observador
Física moderna
Velhas canções de amor


Onde estão teus olhos
Longe deles nada existe







sábado, 25 de agosto de 2007

Soneto da Solidão


Eis que meu pulso quer brigar com a intrepidez.
Onde fora repousar a tolerância de minha calma?
Aceito que esteja intrínseco no sangue, a altivez
Dessa bruta inquietude, que fere e sangra a alma.

Mas se não puder acertar a angústia, choro?
Prefiro calar, silêncio absoluto soa por ali.
Palavras são consolo, no retumbar do coro
E eu, vácuo dinâmico confuso, vôo daqui.

Minha lástima é profícua e deveras intensa,
Não tenho barcos, ou homens lançados ao mar,
Sou: água e sal, sol e ilha, ou solidão propensa.

Esse "canto-silêncio" afogado e impelido ao ar,
Fez-me rever esse ermo, com enorme indiferença
O que me falta? O sentido que chamam de AMAR?
By Stella Schiavo

Vazia, e sem perdão


Teu silêncio me implica questionar a falta de afecto que tens mantido...

Sei que se recordas com carinho de todas as trapalhadas e momentos de felicidade que tivemos...

Mas o fato de não mais me procurares, está me confundindo actualmente...

Minha saudade para contigo é retumbante em meus pensamentos...

Relevante esse egoísmo de amizade...

Talvez fiz diferença em seus dias, ou não...

Hoje estou aqui para dizer o quanto preencheu em minhas falhas...

Não quero trazer a memória nossas brigas ou trapaças, mas nossa fidelidade como amigas...

Onde está você?

Me diga o que passou, quem sabe não sofismo suas buscas?

Ou aproveito teu momento de conflito para dizer o quanto és amada por mim...

Essa saudade sem fim me machuca deveras...

Gosto do teu sorriso espontâneo, suas lágrimas sangrentas, sua voz vazia de solidão...

Por onde vaga minha ausência em teu peito?

Posso voltar a nossa pré-adolescência neste instante, e saudar gargalhadas e destreza...

Amo-te amiga minha!

Fique em paz em minha consciência inquieta!

Abraços eternos...

domingo, 19 de agosto de 2007

Felicidade - André Díspore Cancian


Aqui

Nesta celestial vacuidade

Onde tudo é provisório

Nasce acabado e corroído

Cada qual à sua maneira

Contorce-se e se reinventa

E morre sem ter vivido


Grande ou pequena

Cada qual abraça sua quimera

Nessa dança ridícula da vida

Onde se chora para então sangrar

[todos os dias


Quando a infância se despede

Deixando as lembranças

Levando uma amplitude de ser

Delas retiramos descrições

As mais belas invenções

Nutrindo toda beleza

Profusão de ideais

O dobro de tudo

Pintado em todas cores

Num quadro num quarto da memória

[dos plágios


Ao meu lado, vida real

Algumas variedades

De perspectivas delirantes

Três sentidos da vida:

Tomar banho, beber café ou dormir

Enfado...


O problema não é a cura

– dizem –

Nem é a doença

O problema escapa pelas mãos:

As coisas pequenas demais

Onde dizem estar a felicidade

– serão aleijados voluntários ou

incapazes do que é grande? –

Seria isto, então, o problema:

Nascemos sem os óculos – da alma?

Nascemos sem os nervos – dos heróis?


Quem cresceu para aprender

A ver com o coração

Quem esqueceu para voltar

A ver com os olhos

Conhece as minas da fascinação

Os espelhos que ofuscam a razão

Os espelhos que refletem a ilusão

O espaço vazio entre tudo – o vão

A repulsão entre tudo – a contradição

Será que ela se abraça

Ou ignora a explicação?

Que culpa teria o erro?

Prometeu alguma verdade?

Que prometeu um sentido?

Que trocaria a escolha

Pelo sorriso plastificado

Da felicidade obrigatória?


– se é que vale a pena –

Vai e mira qualquer coisa

Além dela mesma

Pois como é triste viver

Em meio à matemática

Sem nenhum enigma

[sem resposta

Sem nenhuma paisagem

Lançando véus e enigmas

A cobrir este lamaçal de vida

Toda solução indica o nada

– o fim prematuro da jornada –

Que dá numa encruzilhada

Onde há um milhar de duas placas:

Seja bem-vindo! Boa viagem!

(aqui é o começo)

(aqui é a chegada)

Somente resta a disposição

[indisposta

Em explicar o porquê de uma rota

O porquê de um passo, do movimento

[dessa música

De somente uma nota


Digo isso porque, nesta cadeia

Encontrei a minha resposta

(de longe, era tão bela...)

Não era igual a todas:

(um meio) – Era o derradeiro

Âmago do absurdo

O cerne a contradição

As vísceras dos átomos

Entoando uma melodia pródiga

Tão amarga, verdadeira

Que me fiz prisioneiro

(seria um eremita

se houvesse um caminho

pelo qual regressar)

Forjei minhas correntes

E espero: um há de ceder

De se decompor primeiro


Em meus sonhos

O detector de metais acusa:

Uma arma apontada à cabeça

(como invejo esta máquina...)

Este é o único sonho

Em que sei ser feliz:

Sentindo a liberdade

Rasgar as couraças do peito

As mãos, os pés – obedecem!

As cores sonhadas, renascem

De uma memória abandonada

Por um segundo, um vislumbre:

Tenho todas as escolhas

Mas por que nenhuma?

Sonhos são para um só dia


Nunca chega a hora

Mudo, nada muda

Volto, nada muda

Avanço, nada muda

Desisto, e me empurram


Mas não aprendi a dançar

Não aprendi a caminhar

Não aprendi as certezas

Dos passos firmes

(sabe lá para onde)

(sabe lá para quê)

Cada movimento

Em tudo que tem valor

Só me gera a sensação

De que nunca saí do lugar

De que me comportei

Devidamente: como um aleijado

Nunca chega, hora nenhuma!


Não que, no fundo, seja diferente

Não que, no íntimo, seja especial

Como exemplar dos qualquer-um

Sou também uma pequena merda

E será minha felicidade evaporar

[todo o esgoto das veias

Tudo aquilo que se ensina a calar


Vazio

Procuraria pelas palavras

De uma despedida tão altiva

Que a arrogância das máquinas

[se curvaria

E me daria boas-vindas

E me abraçaria o rosto

[decomposto

E o germe estéril

Que criou o homem

E uma realidade insólita

[nele

E uma inquietude estúpida

[em nós

De não querer não desejar

[não sofrer

Permanentemente

Suicida potencial

Sufocando a cada respiro

[frustrado

Somente na morte

– entrementes –

Entre mentiras e entorpecentes


(mas não é preciso escolher o fim

podemos optar pelo medo cansado

baixar a cabeça, suspirar, esperar:

– acorrentados ou caminhando –

no fim, não temos escolha

sonhamos no mesmo lugar...)


Seja bem-vindo!

(aqui é o começo)

Abrace sua quimera!

Boa viagem!

(aqui é a chegada)

Hora nenhuma!

ANÁLISE - Fernando Pessoa


Tão abstrata é a idéia do teu ser

Que me vem de te olhar, que, ao entreter

Os meus olhos nos teus, perco-os de vista,

E nada fica em meu olhar, e dista

Teu corpo do meu ver tão longemente,

E a idéia do teu ser fica tão rente

Ao meu pensar olhar-te, e ao saber-me

Sabendo que tu és, que, só por ter-me

Consciente de ti, nem a mim sinto.

E assim, neste ignorar-me a ver-te, minto

A ilusão da sensação, e sonho,

Não te vendo, nem vendo, nem sabendo

Que te vejo, ou sequer que sou, risonho

Do interior crepúsculo tristonho

Em que sinto que sonho o que me sinto sendo.

12-1911

Ter ou não ter namorado, eis a questão - Artur da Távola


Quem não tem namorado é alguém que tirou férias remuneradas de si mesmo. Namorado é a mais difícil das conquistas. Difícil porque namorado de verdade é muito raro. Necessita de adivinhação, de pele, saliva, lágrima, nuvem, quindim, brisa ou filosofia. Paquera, gabira, flerte, caso, transa, envolvimento, até paixão é fácil. Mas namorado mesmo é muito difícil.
Namorado não precisa ser o mais bonito, mas ser aquele a quem se quer proteger e quando se chega ao lado dele a gente treme, sua frio, e quase desmaia pedindo proteção. A proteção dele não precisa ser parruda ou bandoleira: basta um olhar de compreensão ou mesmo de aflição.
Quem não tem namorado não é quem não tem amor: é quem não sabe o gosto de namorar. Se você tem três pretendentes, dois paqueras, um envolvimento, dois amantes e um esposo; mesmo assim pode não ter nenhum namorado. Não tem namorado quem não sabe o gosto da chuva, cinema, sessão das duas, medo do pai, sanduíche da padaria ou drible no trabalho.
Não tem namorado quem transa sem carinho, quem se acaricia sem vontade de virar lagartixa e quem ama sem alegria.
Não tem namorado quem faz pactos de amor apenas com a infelicidade. Namorar é fazer pactos com a felicidade, ainda que rápida, escondida, fugidia ou impossível de curar.
Não tem namorado quem não sabe dar o valor de mãos dadas, de carinho escondido na hora que passa o filme, da flor catada no muro e entregue de repente, de poesia de Fernando Pessoa, Vinícius de Moraes ou Chico Buarque, lida bem devagar, de gargalhada quando fala junto ou descobre a meia rasgada, de ânsia enorme de viajar junto para a Escócia, ou mesmo de metrô, bonde, nuvem, cavalo, tapete mágico ou foguete interplanetário.
Não tem namorado quem não gosta de dormir, fazer sesta abraçado, fazer compra junto. Não tem namorado quem não gosta de falar do próprio amor nem de ficar horas e horas olhando o mistério do outro dentro dos olhos dele; abobalhados de alegria pela lucidez do amor.
Não tem namorado quem não redescobre a criança e a do amado e vai com ela a parques, fliperamas, beira d'água, show do Milton Nascimento, bosques enluarados, ruas de sonhos ou musical da Metro.
Não tem namorado quem não tem música secreta com ele, quem não dedica livros, quem não recorta artigos, quem não se chateia com o fato de seu bem ser paquerado. Não tem namorado quem ama sem gostar; quem gosta sem curtir quem curte sem aprofundar. Não tem namorado quem nunca sentiu o gosto de ser lembrado de repente no fim de semana, na madrugada ou meio-dia do dia de sol em plena praia cheia de rivais.
Não tem namorado quem ama sem se dedicar, quem namora sem brincar, quem vive cheio de obrigações; quem faz sexo sem esperar o outro ir junto com ele.
Não tem namorado que confunde solidão com ficar sozinho e em paz. Não tem namorado quem não fala sozinho, não ri de si mesmo e quem tem medo de ser afetivo.
Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.

Estou cansado - Álvaro de Campos


Estou cansado, é claro,
Porque, a certa altura, a gente tem que estar cansado.
De que estou cansado, não sei:
De nada me serviria sabê-lo,
Pois o cansaço fica na mesma.
A ferida dói como dói
E não em função da causa que a produziu.
Sim, estou cansado,
E um pouco sorridente
De o cansaço ser só isto —
Uma vontade de sono no corpo,
Um desejo de não pensar na alma,
E por cima de tudo uma transparência lúcida
Do entendimento retrospectivo...
E a luxúria única de não ter já esperanças?
Sou inteligente; eis tudo.
Tenho visto muito e entendido muito o que tenho visto,
E há um certo prazer até no cansaço que isto nos dá,
Que afinal a cabeça sempre serve para qualquer coisa.

Eu Amo Tudo O Que Foi - Fernando Pessoa


EU AMO TUDO o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Foto de Chema Madoz---edição de Stella Schiavo


"Se subisse ao reflexo de meus obros, deixar-lhe-ia cair em cacos de vidros"
(Frase inspirada pela foto, Stella Schiavo)

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Motivos - Chico Poeta

Sonha, menina, que o


tempo é escasso,


remenda os pedaços


das decepções. Sonha e vive


não há tempo pra tudo


pra erro há desculpas


de muitos perdões.


Há espaço pra sonhos


de pouco sonhar,


há verbos presentes


te basta usar.


O que tu pensares


procura agir,


te enfrenta, menina,


não vale fugir.
Se hoje fizeres


o que sempre quiseste


não tens que pensar no


abstrato feliz.
Para que mais tarde


somando viver


não te arrependas


das coisas que deixaste


de fazer;


sonha, menina.

Entrepostos: o ABISMO e EU!


Deste modo não pode haver jeito!

Infelicidade, descaso, despeito...

Ora, não vá dizer que a culpa além

de maldita, não foi sua!

Por sua vez, a princesinha e seu

castelo fora ao chão. Caindo na subida

e ardendo ao fogo...

Carregando consigo um brilho apagado, um sorriso frustrado, e um ego aleijado!

Oh porquês de felinos-fantoches-mortos em mim!

Eita que meu "EU" se levantou e derramou cólera por sobre os demais!

É sangue quente que passa dentro de meu cerne molhado!

Vem um asco que domina meu veneno destilado...

Eh ignorância!

Eh egoísmo que cospe a alma no lixo!
By Stella Schiavo

domingo, 29 de julho de 2007

Aos saudáveis amigos...



"Continue vivendo a sua juventude como um louco, pois a nossa geração ainda não nos deu motivos para sermos normais."

-Lirium-

Fragmentos de uma questão em absoluto.


Como a vida pode ser boa, se ao final ela mata a gente?

O jeito é gastar, fumar e beber mesmo...

Não saio cantando glórias a esmo!

Para quê serve o círculo?

Para ser crente?

Ora, não me venha com lamúrias!

Para que sorrir ou chorar?

Ah, sim!

Convi-ver com alheias fulguras...

E então nascer para se doutrinar.

Que redenção vê nisso?

Diga-me, que ventura vês?

Há quem se confronte com isso.

Ensina-me a morrer oh vida cruel!

Dá-me a marcha fúnebre de conceitos.

Arrasa-me com sua fé desiludida.

Retira-me desta tortura-festa qual resumem-se dias.

Tira meu ar em ponto final.

Ao te implicar e arriscar, tenho certeza de quem te rege sou eu!

Um simples mortal em pedaços, em alma atada por curtos laços.

Eu!

Pequeno, justo e ateu.
By Stella Schiavo

Segredo...


"Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida..."

Nós duas...

Boa amizade!

Que saudades tenho!!!



sexta-feira, 27 de julho de 2007

Gonzaguinha - O Que é, o Que é?


Eu fico com a pureza das respostas das crianças:

É a vida! É bonita e é bonita!

Viver e não ter a vergonha de ser feliz,

Cantar, e cantar, e cantar,

A beleza de ser um eterno aprendiz.

Ah, meu Deus!

Eu sei Que a vida devia ser bem melhor e será,

Mas isso não impede que eu repita:

É bonita, é bonita e é bonita!

E a vida? E a vida o que é, diga lá, meu irmão?

Ela é a batida de um coração?

Ela é uma doce ilusão?

Mas e a vida?

Ela é maravilha ou é sofrimento?

Ela é alegria ou lamento?

O que é? O que é, meu irmão?

Há quem fale que a vida da gente é um nada no mundo,

É uma gota, é um tempo

Que nem dá um segundo,

Há quem fale que é um divino mistério profundo,

É o sopro do criador numa atitude repleta de amor.

Você diz que é luta e prazer,

Ele diz que a vida é viver,

Ela diz que melhor é morrer

Pois amada não é, e o verbo é sofrer.

Eu só sei que confio na moça

E na moça eu ponho a força da fé,

Somos nós que fazemos a vida

Como der, ou puder, ou quiser,

Sempre desejada por mais que esteja errada,

Ninguém quer a morte, só saúde e sorte,

E a pergunta roda, e a cabeça agita.

Fico com a pureza das respostas das crianças:

É a vida! É bonita e é bonita! É a vida! É bonita e é bonita!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

CAOS


Infunde temor a tempestade pelo céu anunciada
Uma lágrima passa a derrubar meu medo
Que há no pavor que não seja mais segredo?
Do que a morte do universo não-revelada


Pois a chuva mor já de antes à nós antecipada
Nos destruiu quando se viu em desenredo
E o enredo esperado tampouco viria tão cedo
Junto ao chão da multidão desabrigada


As vítimas sacrificadas foram de grande, a proporção
Mesmo aquelas pasme, as que nem se abateram
Escutavam, e como, nos tímpanos seus, raio e trovão,


Desespero pairava, tudo quanto havia, esqueceram
De que não havia estendida sequer uma, àquela mão
E no vazio desse, o abate, eles, se perderam...


André Ricardo Marques de Souza & Stella Matutina Schiavo

terça-feira, 24 de julho de 2007

Borboletices a rejeitar....


Não venhas!
Recuso-me a abrir a porta quando chegares.
Não venhas!
Vá curar sua bebedice em outros lares.

Não te amo!
Esqueci-me de como nos conhecemos.
Não te amo!
O ócio pecou e então morremos.

Me odeio!
Por não deixares entrar em casa.
Me odeio!
Pois, esqueci como usar essas asas.

Não clame!
Não vou chorar!
Não me ame!
Não ficarei a vagar...

Vá!
O horizonte está à sua espera...
Enquanto descanso sob o crepúsculo fechado,
aguardo ansiosamente à próxima primavera.

-Stella Schiavo-

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.

Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.

No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.

Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.

Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados

Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.

Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.

Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.

Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.

Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.

Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.

Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.

E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.

Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.

Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.

E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.

Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.


-Vinícius de Moraes-

???


Hoje acordei tarde(como todos os dias...), arrumei meu quarto, cantei...

Não pretendo apreciar belos dias, nem ligo mais para eles.

E trabalhar, namorar ou estudar, também não quero mais...

Nem o que os "grandes" chamam de "responsabilidade" me ajeita.

Vou gritar um palavrão, hein?

Acho que é a única casa que eu tenho...

O subterfúgio menos próximo da realidade...

A esdruxilidade em palavras...

O bizarro a prova de balas...

A bebedice sem dores de cabeça...

Os cigarros tragados sem tosse...

A vontade de ficar até mais tarde...

São lágrimas surdas...

São companhias que vão e vem...

São poesias que surgem... e mesmo lotadas de erros, se entende...

São insoles conversas, ou um sono que briga...


Estou esgotada...

Soterrada de razões e porquês...

E com fome...


Fome de você...

Fome de matar...

Fome de viver...

Fome de sonhar...

Fome de bater...

Fome de beijar...

Fome de sumir...

Fome de amar...

Fome de surgir...

Fome de calar...


-Meu DEUS!- gritei.


E esse deus mudo, não ouviu.

E esse deus fingidor não existe.

E esse deus criador me magoou.

E esse deus insuportável não me deixa em paz.

E esse deus cheio de graça, é desgraçado por sua bênção invisível.

E esse deus que não me acha, se afundou em meus conceitos.


Mas mesmo irritada, chateio os olhos de quem me olha.

Não pedi pra encantar.

Me tranquei no quarto escuro.

E ao escrever versos toscos, pude enfim desabafar.


Ufa! ...

O tempo passou.... me acalmei!

By Stella Schiavo