Porque há desejo em mim, é tudo cintilância. 
Antes, o cotidiano era um pensar alturas. 
Buscando Aquele Outro decantado. 
Surdo à minha humana ladradura. 
Visgo e suor, pois nunca se faziam. 
Hoje, de carne e osso, laborioso, lascivo. 
Tomas-me o corpo. 
E que descanso me dás. 
Depois das lidas. 
Sonhei penhascos. 
Quando havia o jardim aqui ao lado. 
Pensei subidas onde não havia rastros. 
Extasiada, fodo contigo. 
Ao invés de ganir diante do Nada.
Do Desejo, Ed. Globo
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